Sobre o UFC Rio


fonte: Oglobo.com

Bem, indo direto ao ponto, eu adoro assistir o UFC. Concordo que é um esporte de muito contato e mesmo violento o que não necessariamente significa barbárie ou descontrole por ser um evento e um ambiente controlado. É um esporte que evoluiu muito e coleciona alguns resultados impressionantes. A primeira vez que me dei conta disso foi quando vi um lutador fazer um mortal e cair perfeitamente no chão, o detalhe é que ele devia pesar mais de 90 kg. De certa forma um cara desses é quase um fórmula 1 humano. Uma combinação de força, agilidade, resistência física e determinação impressionantes.

Eu incluo determinação porque o MMA também demonstra algo que segue bem a linha de Sun Tzu, abaixo da camada visível da luta física o que se esconde abaixo é o duelo de vontades dos lutadores. Por exemplo, no UFC rio, na fantástica luta entre Anderson Silva era e Okami era possível ver todo o desenvolvimento de uma eficiente estratégia do “Aranha” para quebrar a vontade de combater de seu oponente. A guarda baixa, o olhar fixo no adversário e o uso frequente de esquivas foram compensando nos contragolpes do segundo round. A cara de horror do Okami na hora em que o Anderson Silva entrou o primeiro contragolpe que o jogou no chão era possível ver a vontade dele se quebrando. Pode parecer apenas violência, mas há muito de estratégia e determinação ocorrendo nessa segunda camada. Pode haver muito de violência, mas também é possível ver técnica, estratégia e profissionalismo ocorrendo na segunda camada.

O outro aspecto que me impressiona é que se você estudar os lutares e ver suas entrevistas vai ver que eles talvez eles sejam o melhor exemplo da diferença entre o lutador e o brigão: O respeito e fair play mostrado pela imensa maioria dos lutadores é um exemplo para qualquer um, vejo muito mais respeito entre lutadores de UFC que jogadores de futebol por exemplo, mesmo quando estão tentando se intimidar é possível perceber o respeito entre eles. Por exemplo, ver um lutador como a de Ross Pearson que vai comprimentar Edson Barboza tranquilo e sorridente depois de passar toda a luta tentando esmigalhar o adversário foi simplesmente exemplar. De certa forma me lembra a comparação do Rapoport que dizia que a diferença entre um jogo e uma guerra é que no jogo você quer um desafio e quer vencer seu oponente dentro das regras e na guerra você que produzir dano o suficiente para submeter o adversário. Me pergunto como ele enquadraria uma luta do UFC. Porque nesses aspecto foi possível ver como o UFC evoluiu para proteger a integridade dos atletas, mas sem podar a agressividade inerente à luta.

Enfim, não é um evento que eu mostraria para as crianças mas que provavelmente veria com meu filho quando ele estiver com a idade devida, acompanhado da orientação necessária para ele tirar liçoes úteis da pancadaria que estiver vendo.

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