Em novembro de 2021 tive o prazer ser ser convidado pela Vila dos Games, uma comunidade de criadores de Games que promove experiências gamificadas únicas e transformadoras. O evento foi o Café sem Filtro, uma iniciativa para discutir a criação de jogos no Brasil, especialmente em jogos que tenham algum impacto social. No meu caso o que atraiu o interesse da Vila foi o trabalho com o projeto a aplicação em escolas de um jogo educativo sobre o Cerrado.
O formato escolhido foi uma live conduzida pelo Felipe Vila, alguém que eu já havia conhecido antes por seu trabalho com o Mega Game Jam! e o Game Jam! de Brasília e que eu pude observar que, além de um game designer experiente é um excelente condutor de reuniões.
Apesar de estar preparado para falar por horas do meu projeto, no início ele me pegou de surpresa com uma inusitada pergunta sobre como eu comecei a trabalhar com jogos. Enquanto respondia percebi como o meu relacionamento com jogos era antigo e, principalmente, reflexo da sorte que eu tive de ser brindado com a companhia de amigos inteligentes durante meu período de universidade. Conheci físicos, geógrafos, matemáticos, historiadores, biblioteconomistas, agrônomos, biólogos, publicitários, engenheiros de várias áreas, designers (meu curso), químicos, advogados, jornalistas, e mais um monte de gente incrivelmente capaz que nem precisou se formar para fazer uma grande carreira, especialmente em TI. Sem contar a influência positiva que foi estar numa empresa de pesquisa como a Embrapa, que aceita ideias inovadoras desde que se comprove um mínimo de rigor técnico. Tudo isso foi excelente para minha formação pessoal e foi graças a eles que eu conheci jogos de tabuleiro, cartas, RPG’s e companhia. Afinal, a criação de jogos é uma atividade extremamente multidisciplinar.
Apesar do eco no som e da minha inexperiência com esse formato de videoconferência via instagram, pude falar especialmente sobre as partes do projeto que não cabem na frieza objetiva dos relatórios institucionais e artigos acadêmicos. Como o aspecto humano de ver como os jogos podem ser inclusivos; os desafios que devem ser superados para fazer a ponte entre o mundo da pesquisa e as escolas (sair do escritório e ir para o campo foi uma aventura); ver como uma atividade diferente pode despertar o melhor das pessoas e como elas são justamente a parte mais importante dessa equação.
Creio que o meu ciclo com o projeto está em seu fechamento. Ainda tenho algumas publicações para escrever e outros projetos tão ou mais legais quanto esse em preparação. No mais, espero que a experiência inspire tanto os que participaram do trabalho em algum grau como também quem acompanhou a conversa com o Felipe.
Para quem desejar assistir, segue a gravação.

Deixe um comentário