Mais coisas engraçadas da língua


Depois de um IELTS e um TOEFL achei que já tinha garantido um nível razoável de ingles, ao menos o suficiente para dar conta da vida aqui nas ilhas. Na prática descobri que estava sutilmente errado, pois a princípio consigo me comunicar, lendo, escrevendo e falando bem como todos os outros estrangeiros inscritos no curso. Porém, a fluência verbal cria alguns problemas imprevistos que só tornam-se visíveis aqui. Percebi que eu e os outros conseguimos entender os professores, mas em falas mais longas começamos a perder certos detalhes. O fio da meada se torna mais escorregadio a medida que o tempo passa e logo se perde o foco ou uma metáfora ou nuance que muda o significado do discurso é perdida.

Minha impressão é que devido ao esforço para interpretarmos a segunda língua sofremos um pequeno atraso que vai minando nossa capacidade de interpretação. É como se o nosso buffer de memória fosse um pouco menor. Essa degradação na nossa performance torna-se mais aparente nos textos longos, tanto pelo cansaço como pelo aumento do atraso durante as frases mais longas. Demora-se para entender o início da frase, aí perde-se o fio da meada no meio e o final simplesmente já não lhe faz mais sentido.

Portanto, sugestão para quem pretende vir para cá, não importando o seu nível de inglês faça muitos exercícios de conversação antes, nem que seja bater papo com estrangeiros, pois com pessoas com a mesma fluência creio que isso vai render muito pouco.

2 comentários em “Mais coisas engraçadas da língua

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  1. É isso aí, Renato! Você fez uma analogia perfeita: nosso buffer de memória começa a encher, encher, até não conseguirmos mais captar o que está sendo dito. É preciso esvaziá-lo… Descanse após longas conversas na língua estrangeira. Ouça música instrumental. Ou simplesmente, fique em silêncio um pouco.

    Quanto tempo você ainda fica por aí?
    Boa sorte!

    Beijo

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  2. Obrigado pela sugestão, na verdade eu estava curioso se existem formas de “aumentar” esse buffer. Eu estava pensando que só a imersão no inglês resolveria, mas graças a nossa querida tecnologia de informação não deixei de falar português um dia, desde que cheguei. Portanto acho que hoje em dia, a imersão é bem mais rasa.

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